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Por que esferas gigantes podem ser lançadas ao mar? Confira

Esferas – Cientistas da Alemanha estão avançando em um projeto pioneiro para geração de eletricidade sustentável a partir dos oceanos, a partir da criação de um sistema denominado StEnSea (Armazenamento de Energia no Mar).

O sistema concebido pelo Instituto Fraunhofer IEE em parceria com a Pleuger e a Sperra utiliza estruturas esféricas submersas para armazenamento energético, apresentando possibilidade de aplicação em diversas regiões costeiras ao redor do mundo, entre elas o Brasil.

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Como funciona

O núcleo da tecnologia consiste em grandes reservatórios esféricos ocos de concreto, com aproximadamente 28,6 metros de diâmetro, posicionados a profundidades entre 600 e 800 metros.

Cada esfera abriga em seu interior uma unidade técnica composta por um mecanismo reversível (bomba/turbina), válvulas de controle e sistemas de monitoramento. Durante períodos de baixo consumo de energia elétrica na rede, a água é expulsa do reservatório, criando um vácuo interno e armazenando energia sob a forma de energia gravitacional.

Quando a demanda por eletricidade aumenta, a água do mar é readmitida na esfera sob alta pressão hidrostática. O fluxo de água impulsiona a turbina acoplada ao mecanismo reversível, convertendo a energia da pressão em energia elétrica. Na fase de carga (esvaziamento), a água é bombeada para fora; na fase de descarga (enchimento), a água entra movendo a turbina para gerar energia.

Estimativas apontam que cada unidade pode fornecer uma potência de 5 MW durante o processo de descarga. Esse fornecimento contínuo duraria cerca de 4 horas e meia, tempo necessário para o preenchimento completo do reservatório.

Potencialidades

Estudos indicam áreas favoráveis para a implantação do StEnSea em várias zonas costeiras globais, como Brasil, Noruega, Portugal, Estados Unidos e Japão. A tecnologia também é viável em corpos d’água profundos, como lagos artificiais, naturais ou mesmo minas inundadas.

O projeto se destaca pelo seu baixo impacto ambiental. A operação não emite poluentes e foi projetada para minimizar interferências na fauna marinha. Além disso, dispensa o uso de metais raros, como lítio ou cobalto, comuns em baterias. O ciclo completo do sistema alcança uma eficiência estimada em 72%.

Diferentemente das hidrelétricas convencionais, o StEnSea não exige alagamento de vastas áreas terrestres.

“O potencial de expansão [das hidrelétricas tradicionais] é bastante restrito globalmente. Por isso, transferimos esse princípio operacional para o fundo do mar – onde as limitações naturais e ecológicas são significativamente menores”, explicou o Dr. Bernhard Ernst, gerente sênior de projetos da Fraunhofer IEE.

Estágio de desenvolvimento

Entre 2013 e 2017, uma versão reduzida (escala 1:10) do sistema foi testada com êxito no Lago de Constança, localizado na fronteira da Alemanha com Áustria e Suíça.

Atualmente, os pesquisadores preparam a construção de um protótipo maior, com 10 metros de diâmetro. Este avanço conta com aportes financeiros dos governos dos Estados Unidos (US$ 4 milhões) e da Alemanha (3,7 milhões de euros).

Conforme informações do portal New Atlas, a previsão é lançar este protótipo na costa da Califórnia até o final de 2026. Submerso a 750 metros de profundidade, ele terá capacidade para gerar até 0,5 MW.

(Com informações de UOL)
(Foto: Reprodução/Divulgação/Hochtief)

Julia Stoever

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Julia Stoever
Tags: sindical

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