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Anatel pode assumir papel de Agência Nacional de Cibersegurança

Anatel pode assumir papel de Agência Nacional de Cibersegurança

Sem recursos para novo órgão, governo avalia aproveitar estrutura já existente para gerenciar regulação e fiscalização da cibersegurança no país

Anatel – Sem conseguir viabilizar o orçamento necessário para criar uma Agência Nacional de Cibersegurança (ANCiber) do zero, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República e a Casa Civil planejam transferir as funções do que seria a ANCiber para a Anatel. A proposta, em debate no Comitê Nacional de Cibersegurança (CNCiber), busca dar celeridade à criação de um órgão central de governança do tema no governo federal.

“Temos uma Política Nacional de Cibersegurança, aprovada ainda em 2023, e agora em 2025 aprovamos a Estratégia Nacional de Cibersegurança. São documentos muito importantes para orientar toda essa temática em nível nacional, no entanto eles abrangem especialmente o Poder Executivo, não alcançam a totalidade da nação, o nível estadual e municipal, a área privada. Buscamos um marco legal para termos um alcance maior”, destacou o ministro-chefe do GSI, Maros Antonio Amaro dos Santos.

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De acordo com o ministro, a alternativa mais viável é aproveitar uma estrutura já consolidada. “Além do marco legal ter esse propósito, a gente entende também a necessidade de ter um órgão com capacidade de regular, fiscalizar e controlar esse tema, de forma a ter poder e alcance em relação às empresas privadas, especialmente aquelas que prestam serviços essenciais, e também as infraestruturas críticas. Estamos avançando. Se não para a criação de uma agência, que o tema seja englobado por uma das agências já existentes. Esse caminho talvez esteja mais próximo de ser alcançado”, afirmou.

A declaração foi dada nesta quarta-feira (29/10), durante o evento Brasil Ciberseguro 2025: Construindo um Futuro Digital Confiável, realizado em Brasília em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

A proposta original do GSI previa a criação da ANCiber de forma gradual, com um quadro de até 800 servidores e orçamento anual de cerca de R$ 600 milhões. Diante da resistência do Executivo à criação de um novo órgão, o plano evoluiu para três alternativas: uma secretaria executiva com baixo custo e poderes limitados; a escolha de uma autarquia para coordenar o tema; ou a própria agência nacional.

Encaminhadas à Casa Civil no início do ano, as sugestões retornaram ao CNCiber com uma nova ideia: atribuir poderes de regulação e fiscalização da cibersegurança a uma agência já existente.

“Surgiu uma possibilidade de uma quarta proposta, que adiciona um componente de velocidade na criação dessa agência. O GSI, com a Secretaria de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, trabalhou em cima dessa proposta e a ideia é utilizar uma agência nacional já existente, que é a Anatel. A Anatel tem uma grande capilaridade nacional, é uma agência já muito bem estabelecida e demonstrou-se de acordo em absorver essa capacidade de fazer regulação de cibersegurança”, explicou o secretário de Segurança da Informação e Cibernética, André Molina.

Atualmente, um grupo de trabalho formado pelo GSI, Ministério da Gestão e Anatel revisa o anteprojeto do marco legal para incorporar a nova configuração. O GT tem dois meses para concluir o texto, com a expectativa de que o projeto de lei seja encaminhado ao Congresso ainda neste ano.

A tramitação poderá ocorrer em paralelo ao PL 4752/25, apresentado pela Frente Parlamentar de Apoio à Cibersegurança e à Defesa Cibernética, que já aguarda relatoria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

(Com informações de Convergência Digital)
(Foto: Reprodução/André Luís Pires de Carvalho/Divulgação)

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