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Após um mês de greve dos trabalhadores, Cobra aceita proposta do TST

Em conciliação realizada em Brasília, empresa aceitou os termos sugeridos pelo Tribunal; assembleia de trabalhadores decidirá nesta quinta, 21, se aceita a proposta e dá fim à greve

A vitória da FEITTINF e dos trabalhadores da Cobra inicia um novo momento para a categoria. Na tarde desta quarta-feira, 20, durante a primeira tentativa de conciliação, a Cobra Tecnologia aceitou proposta do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que será levada à assembleia desta quinta, 21, para que os trabalhadores também votem os termos propostos e decidam se voltam ao trabalho.

Após meses de negociação sem sucesso com a empresa, os trabalhadores da Cobra Tecnologia entraram em greve no dia 21 de maio e fizeram história: a paralisação que mobilizou trabalhadores de todo o estado de São Paulo também foi aderida por profissionais do Paraná, Mato Grosso, Joinville, Alagoas, se estendendo para a Bahia, Rio Grande do Sul, entre outros.

Com o poder da paralisação e a indefinição da empresa em atender às prerrogativas dos trabalhadores, no dia 30 de maio a FEITTINF deu entrada, junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), no processo de dissídio coletivo de greve.

Depois de vinte dias de espera após o dissídio, a mesa de conciliação em Brasília reuniu o diretor de Políticas Sindicais da FEITTINF e secretário de finanças do Sindpd, Paulo Roberto de Oliveira, os advogados José Eduardo Furlanetto e Helio Gherardi e o membro da Organização no Local de Trabalho (OLT) Wildston Xavier de Mesquita com os demais representantes da Cobra Tecnologia para analisar os termos da proposta.

O TST propôs que a empresa renunciasse aos descontos dos dias de greve, que foram efetuados no holerite do mês de junho, e devolvesse aos trabalhadores grevistas o que foi descontado no dia 6 de julho. Outra perspectiva abordada pelo Tribunal prevê que o dissídio seja levado a julgamento para conseguir a manutenção das cláusulas sociais e o reajuste salarial do ano de 2017 pela variação do INPC, retroativamente à data-base.

A Federação afirma que continuará avançando e tem a expectativa de conseguir o pagamento da integralidade do INPC retroativo a 1º de outubro de 2017, com todos os reflexos e cláusulas sociais, mediante decisão da Justiça.

Com a tramitação do dissídio suspensa no mês de julho por conta do recesso do Tribunal e contando com todos os ritos processuais, a estimativa é de que o julgamento ocorra no dia 10 de setembro.

Se após a assembleia os trabalhadores aceitarem a proposta, os profissionais devem voltar aos postos de trabalho no dia 22 de junho.

Vitória de uma categoria unida

São muitos cenários que poderiam ter levado à derrocada da mobilização dos trabalhadores. Se a FEITTINF não tivesse abandonado uma das negociações com a Cobra, se os trabalhadores não aderissem à paralisação, se não decidissem entrar com o dissídio de greve ou se estivessem sendo regidos por outra representação sindical, a realidade seria outra.

“A empresa aplicaria um reajuste do INPC apenas a partir da data do acordo e pagaria um pequeno abono para compensar a perda da data-base até a data do acordo, que não seria retroativo”, relembrou o advogado José Eduardo Furlanetto. “Sem toda essa mobilização, haveria apenas prejuízos aos trabalhadores”.

Confira a cobertura completa da paralisação e das negociações.

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