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Audiência pública discute fim do serviço de fretamento de ônibus aos trabalhadores do Serpro

Funcionários questionam o encerramento do benefício após 32 anos de implantação

Na última sexta-feira, 1, os trabalhadores do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) estiveram na Procuradoria Regional do Trabalho – 2ª região para participar de uma audiência pública com representantes da empresa para tratar do encerramento, a partir do dia 1º de maio, das atividades do serviço de fretamento de ônibus e vans gratuito, disponibilizado aos funcionários há de 32 anos.

Em São Paulo, a empresa, que alega que está fazendo contenção de gastos baseada no corte orçamentário, optou unilateralmente pela precarização, sem discutir ou justificar a determinação. “A empresa está transferindo isso para o salário do trabalhador. Não houve responsabilidade de preparar a situação para ter o transporte para todos. Ela [a empresa] não pode retirar do trabalhador esse direito que eles têm pelo tempo em que eles o utilizam”, defendeu o coordenador do Departamento Jurídico do Sindpd, José Eduardo Furlanetto.
De acordo com os trabalhadores que estiveram na audiência, a reivindicação é feita com base no direito adquirido, já que os aproximadamente 300 empregados (50% do quadro da empresa) que serão prejudicados com a medida utilizam há três décadas o benefício. São cerca de 17 linhas que atendem os funcionários que estão espalhados por toda a capital e cidades do ABCD paulista e interior.
Segundo o representante da empresa, o Serpro manteve o corte de 100% do benefício até o dia 1º de maio. “Nesses 32 anos, em vários momentos houve redução nos processos de zeladoria e outros, mas nunca se mexeu no fretamento porque é uma questão de impacto. Só que chegou num momento, por determinação do governo, que a empresa tem que tirar de algum lugar”, alegou o representante do Serpro Fernando de Carlo Júnior. “Inclusive já foi oficializado o fim da prestação de serviço”, completou.
“O Serpro anunciou, há 32 anos, que teria transporte. E de uma hora para a outra tirou, sem o mínimo de conversa com os trabalhadores ou representação de trabalhadores, esse direito”, contou o trabalhador Antonio Carlos de Souza, também conhecido como Barba.
Durante a audiência, a procuradora do Ministério Público Andrea Tertuliano de Oliveira pediu que a solicitação fosse encaminhada a Brasília. “Se não houver boa vontade da empresa em agendar um encontro e colaborar um pouco mais para discutir e pensar em formas de contribuir, não haverá boa vontade do Sindicato, que entrará com uma Ação Civil Pública ?para ontem?. Aí o juiz decide. A lei é para os dois lados”, afirmou.
Em ata, foi sugerido ao Sindicato que ajuíze a Ação Civil Pública com pedido de antecipação de tutela a fim de resguardar o direito que pode ser considerado adquirido. “A jurisdição do Sindicato é São Paulo, se a discussão surgiu da necessidade do Serpro daqui, então o nosso alcance de ação será no estado de São Paulo”, salientou o secretário de finanças do Sindpd, Paulo Roberto de Oliveira, que continuará acompanhando o processo iniciado pela regional paulista do Serpro.
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