China apresenta novo trem-bala que alcança 450 km/h; veja
Trem-bala – A China deve colocar em operação comercial, em 2026, o CR450, novo trem de alta velocidade desenvolvido para atingir até 450 km/h. O anúncio foi feito por Wang Lei, projetista-chefe da CRRC Changchun, durante congresso mundial do setor realizado na semana passada em Pequim.
O modelo, que terá velocidade média de 400 km/h, é fruto de sete anos de desenvolvimento e busca inovar em relação à geração anterior, os CR400, cuja velocidade máxima é de 400 km/h, com média de 350 km/h. Dois protótipos foram apresentados: o CR450AF e o CR450BF, de subsidiárias diferentes da estatal CRRC, maior fabricante de trens do mundo.
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Wang afirmou que a viagem entre Pequim e Xangai, atualmente feita em quatro horas e 18 minutos na linha com menos paradas, deve cair para pouco mais de três horas com o novo modelo. A substituição não exigirá mudanças na infraestrutura existente. Segundo dados de 2023, a rede de trens de alta velocidade da China já alcança 48 mil quilômetros, cerca de 70% da malha global. A previsão é atingir 50 mil quilômetros até o fim de 2025, 10 mil foram adicionados nos últimos cinco anos.
Entre as melhorias destacadas por Li Yongheng, diretor de tecnologia de equipamentos do Ministério da Ciência e Tecnologia da Informação, estão maior segurança estrutural, menor distância de frenagem e redução de aproximadamente 10% no peso e 20% no consumo de energia. Mesmo com a velocidade média superior, o ruído interno foi mantido em níveis semelhantes aos do CR400, graças a redesenhos estruturais e novos materiais.
Após seis meses de testes em Pequim e Wuyi, os dois protótipos iniciarão uma nova fase de avaliação, com a meta de completar 600 mil quilômetros cada.
Trens que ‘voam’ atraem a atenção
Além do CR450, a exposição chinesa revelou outros dois protótipos: trens maglev (levitação magnética) capazes de atingir 600 km/h, superando a velocidade de decolagem de jatos comerciais. Ainda sem nome e sem previsão de entrada em operação, eles estavam suspensos em plataformas, fora dos trilhos.
De acordo com o engenheiro sênior Shao Nan, da CRRC Changchun, os modelos devem ocupar o espaço entre os trens de alta velocidade e a aviação comercial, conectando cidades separadas por até 2.000 km. Entre Pequim e Xangai, por exemplo, a viagem levaria cerca de duas horas e meia.
Esses maglevs não devem ser confundidos com os já em uso demonstrativo no país, de menor velocidade, nem com projetos como o “hyperloop”, de 1.000 km/h, ainda em estágios iniciais.
A rede ferroviária chinesa e seus novos trens foram apresentados como elementos centrais da estratégia internacional do país. O evento contou com a presença de autoridades de países como Uzbequistão, Quirguistão, Indonésia, Laos, Mongólia e Arábia Saudita. Embora o Brasil tenha projetado uma linha de trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro, o país não foi citado durante o congresso.
Na abertura do evento, o vice-primeiro-ministro Zhang Guoqing reforçou o compromisso chinês com a expansão da Iniciativa Cinturão e Rota, destacando o papel das ferrovias como infraestrutura chave. Também se destacou a atuação do Banco de Exportação e Importação da China (Cexim), cujo executivo-chefe de risco citou o financiamento de 4.000 km de ferrovias convencionais em países como Hungria, Bangladesh e Quênia.
(Com informações de Folha de S. Paulo)
(Foto: Reprodução/Freepik)
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