Túnel subaquático – Um túnel subaquático de alta velocidade ligando cidades e ilhas, percorrido por trens a 250 km/h e capaz de reduzir uma viagem de uma hora e meia para pouco mais de 25 minutos parece ficção científica, mas está se tornando realidade na China.
A obra chama atenção de entusiastas da ciência e de grandes desafios de engenharia, além de ter impacto direto na mobilidade, na economia regional e na forma como projetos de infraestrutura do século 21 são concebidos.
LEIA: Novidade! Parceria com BeeFluent garante preços especiais em curso de inglês online
O Túnel Submarino de Jintang foi projetado para conectar Ningbo às Ilhas Zhoushan, com 16,18 km de extensão total, sendo 11,21 km escavados sob o leito marinho. A construção prevê operação de trens de alta velocidade que atingem até 250 km/h, apoiada por sistemas de monitoramento contínuo.
Para garantir essa velocidade em ambiente submerso, o traçado, a ventilação e os sistemas de segurança foram dimensionados para estabilidade mesmo sob forte pressão da água. Estudos de dinâmica dos fluidos e conforto dos passageiros orientam tanto o desenho interno quanto a seleção dos materiais, visando reduzir vibrações e ruídos durante toda a operação.
No cotidiano, a nova conexão reduz o deslocamento atual de cerca de 90 minutos, feito por carro, pontes ou balsa, para aproximadamente 26 minutos de trem. A rota submersa oferece uma alternativa mais estável e previsível, independentemente de trânsito, clima instável ou mar agitado.
A ligação direta de Zhoushan à rede ferroviária de alta velocidade também encurta a viagem até Hangzhou, que passa de três horas e meia para cerca de 77 minutos. Isso acelera deslocamentos para trabalho, estudo e turismo, fortalece o comércio e aproxima a região de polos econômicos e tecnológicos.
Desafios para a engenharia
Construir o túnel subaquático de alta velocidade mais longo do planeta envolve enfrentar pressão intensa da água, terrenos complexos e requisitos rigorosos de segurança. Para isso, equipes utilizam tuneladoras de 14,5 metros de diâmetro capazes de perfurar diferentes camadas de rochas e sedimentos.
Como o túnel precisa operar com trens a 250 km/h, as equipes projetam soluções para lidar com aerodinâmica, variações de pressão, ventilação, impermeabilização e rotas de fuga, além de prever manutenção de longo prazo. Muitos dados operacionais ainda são estimados, ressaltando o caráter experimental da obra.
A construção funciona como um verdadeiro laboratório em escala real, reunindo conhecimentos de geologia, física de materiais, hidrodinâmica e gestão de riscos. Entre os principais pontos monitorados estão:
• Pressão da água: aumenta conforme a profundidade, exigindo estruturas altamente resistentes.
• Estratos geológicos distintos: demandam estratégias variadas de escavação.
• Gestão da água: drenagem constante e bombas atuam para evitar infiltrações.
• Monitoramento contínuo: sensores acompanham deformações e vibrações ao longo dos anos.
• Comparação tecnológica: o túnel também permite avaliar seu desempenho frente a hyperloops, pontes e voos regionais.
Ao levar adiante uma obra desse porte, a China amplia os limites das técnicas de escavação e da construção de ferrovias de alta velocidade. Cada avanço contribui para aprimorar métodos, desenvolver novos materiais e definir padrões de segurança para futuras estruturas sob mares e grandes rios.
Mesmo enfrentando riscos e incertezas, o túnel de Jintang inaugura uma nova forma de conectar territórios e diminuir distâncias. Projetos como esse mostram como ciência e engenharia podem redesenhar mapas e criar ligações antes vistas como impossíveis.
(Com informações de Olhar Digital)
(Foto: Reprodução/Freepik/EyeEm)