Com avanço da IA, cargos de nível inicial pedem novas habilidades
Novas Habilidades – A mais recente pesquisa da IDC, encomendada pela Deel, aponta para uma transformação acelerada no mercado de trabalho: 56% das empresas brasileiras estão reduzindo contratações em posições de nível inicial, enquanto 91% das organizações no mundo relatam que certas funções já estão sendo alteradas ou eliminadas pela automação com IA. O reflexo imediato é o aumento da lacuna de habilidades e a dificuldade crescente em formar novos líderes.
Mesmo com o cenário de disrupção, o levantamento indica uma reação estruturada. No Brasil, 76% das companhias já direcionam investimentos para programas de qualificação e atualização em IA, buscando preparar equipes para acompanhar a evolução tecnológica e preservar sua competitividade.
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O IDC InfoBrief “AI at Work: The Role of AI in the Global Workforce” reúne respostas de 5.500 líderes em 22 mercados, incluindo o Brasil, e examina como organizações podem equilibrar automação e desenvolvimento humano enquanto navegam essa transição.
“A IA não é mais algo emergente, ela já está totalmente presente”, afirmou Nick Catino, Diretor Global de Políticas da Deel. “Ela está remodelando a forma como trabalhamos e como as empresas operam. Os cargos de entrada estão mudando, e as habilidades que as empresas buscam também. Trabalhadores e organizações precisam se adaptar rapidamente. Isso não é apenas sobre competitividade, é sobre sobrevivência.”
Quase 70% das organizações já incorporaram IA a suas operações principais, superando o estágio dos projetos-piloto. Com tarefas repetitivas e baseadas em conhecimento migrando para sistemas automatizados, cresce a inquietação entre empresas brasileiras sobre como desenvolver novas lideranças e manter talentos em níveis iniciais.
No país, 73% das organizações relatam dificuldade maior em recrutar e formar futuros líderes devido à redução de experiências práticas em funções iniciais, enquanto 65% apontam queda nas oportunidades de aprendizado para jovens profissionais.
Setores como mídia, varejo, saúde, serviços profissionais e logística figuram entre os mais impactados globalmente pela retração nas contratações de entrada. Para se manterem competitivas, empresas estão redesenhando cargos, investindo em requalificação e fortalecendo uma cultura de aprendizado contínuo — equilibrando eficiência produtiva com desenvolvimento humano.
A presença da IA tem acelerado mudanças estruturais nas empresas, ainda que o impacto varie entre países. No Brasil, 99% das organizações já vivenciaram ajustes ou substituições de funções e cerca de um terço passou por grandes reestruturações para integrar novas tecnologias.
Em mercados como Argentina (53%) e Estados Unidos (50%), os níveis de substituição de postos são dos mais altos. Já a China registrou o maior índice de funções redesenhadas (79%), sugerindo que o país tem requalificado sua força de trabalho mais jovem para aproveitar plenamente a adoção da IA.
O Brasil aparece entre os líderes mundiais em investimentos em capacitação em IA (76%), ao lado de Canadá (77%) e Singapura (74%). Porém, as empresas locais enfrentam obstáculos semelhantes aos de outros mercados: 58% mencionam baixa participação dos funcionários nos treinamentos, 50% citam limitações orçamentárias e 52% relatam dificuldade em encontrar especialistas para conduzir capacitações.
A definição de quem deve assumir a responsabilidade pela requalificação ainda é nebulosa: apenas 3% criaram equipes dedicadas para coordenar esses esforços, enquanto 29% dizem não saber quem deveria liderar o processo.
Com a perda de protagonismo dos diplomas tradicionais — apenas 5% das organizações os consideram determinantes para posições de entrada — cresce a preferência por habilidades práticas e aplicadas.
Hoje, as competências mais buscadas em candidatos de nível inicial são:
• Certificações técnicas em IA ou programação (66%)
• Resolução de problemas e pensamento crítico (59%)
• Comunicação e colaboração (51%)
As empresas esperam que novos contratados dominem ferramentas de IA desde o primeiro dia, além de demonstrarem capacidade analítica e comunicação eficaz. A mudança sinaliza uma virada: menos foco em credenciais acadêmicas e mais valor para agilidade, criatividade e aprendizado contínuo.
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Em formato de streaming, a ferramenta já possui mais de 140 cursos disponíveis e é atualizada semanalmente. E o melhor: sócios e contribuintes de sindicatos integrados à Fenati têm bolsa integral para acessar a plataforma. Junte-se agora aos mais de 20 mil alunos que já estão se preparando para o futuro com o Sindplay!
Mesmo com avanços robustos, 48% das empresas afirmam que sistemas legados dificultam a integração da IA, enquanto 43% consideram a escassez de profissionais qualificados o principal entrave.
Para atrair e reter talentos, metade das organizações está oferecendo salários entre 25% e 100% superiores aos de funções tradicionais em tecnologia. Na América Latina, o Brasil se destaca, com 76% das empresas investindo em treinamento em IA, embora ainda enfrentem problemas de retenção e infraestrutura.
Além dos salários mais elevados, empresas estão adicionando incentivos como acesso a ferramentas de última geração (49%) e planos de carreira mais claros (43%).
Possibilitar o uso de tecnologias avançadas tem sido fundamental para manter profissionais motivados e inovadores — e para aumentar a atratividade da empresa em um mercado competitivo por especialistas em IA.
A pesquisa aponta ainda um déficit relevante em governança de IA. Apenas 16% das empresas dizem conhecer profundamente as regulamentações locais, e menos de um quarto (24%) considera essas normas claras e favoráveis. China (57%), Índia (53%) e Alemanha (53%) concentram as maiores taxas de desconhecimento das regras locais.
Somente 22% possuem políticas internas definidas para orientar o uso de IA pelos funcionários. A falta de clareza regulatória e de diretrizes internas pode atrasar avanços e expor empresas a riscos éticos e de conformidade.
(Com informações TI Inside)
(Foto: Reprodução/Freepik/DC Studio)
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