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Empresa de criador do ChatGPT amplia plano de identidade global com leitor portátil de íris

Empresa de criador do ChatGPT amplia plano de identidade global com leitor portátil de íris

Projeto de Sam Altman, World avança com fábrica no Texas e sistema de autoregistro após suspensão no Brasil

Identidade global – A World, iniciativa que tem como cofundador Sam Altman, criador do ChatGPT, está acelerando sua expansão nos Estados Unidos com novos dispositivos portáteis e parcerias estratégicas no setor financeiro e de relacionamentos. O projeto, que visa criar um certificado digital global para verificar a “humanidade” das pessoas por meio da íris, anunciou recentemente o início das operações em solo americano e planeja atingir 180 milhões de pessoas até o final de 2024.

A Tool for Humanity, fabricante dos Orbs — dispositivos esféricos que escaneiam a íris —, começará a produzir uma nova versão do aparelho em uma fábrica no Texas. Os novos equipamentos terão processadores da Nvidia e funcionarão em modo de autoatendimento, eliminando a necessidade de um operador humano durante o registro.

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Além disso, a empresa apresentou um “mini Orb”, versão portátil que se conecta a smartphones e deve ser lançada em 2026. O objetivo é facilitar a distribuição em larga escala, especialmente em regiões de difícil acesso.

“As pessoas podem ir até um Orb sozinhas, sem precisar de um operador, e fazer a verificação diretamente pelo aplicativo. Isso nos permite instalar Orbs em qualquer lugar. Por exemplo, uma cafeteria ou loja de conveniência”, afirmou Rich Heley, diretor de Dispositivos da Tool for Humanity.

A World fechou acordos com grandes empresas para integrar seu sistema de verificação:

• O Tinder testará a identificação por íris no Japão para combater perfis falsos.
• A Visa lançará um cartão de débito vinculado ao aplicativo da World, convertendo criptomoedas em moeda tradicional.
• A Stripe, uma das maiores fintechs dos EUA, usará a verificação em transações online.

Segundo a empresa, 12 milhões de pessoas já se registraram nos 1.500 Orbs ativos no mundo. Os usuários recebem recompensas em criptomoedas, mas a empresa afirma que as imagens da íris são descartadas após o escaneamento.

O projeto foi suspenso no Brasil em janeiro pela ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), que proibiu o pagamento em troca de verificações. Antes da decisão, cerca de 500 mil brasileiros haviam se registrado, atraídos por recompensas que chegaram a R$ 600.

Agora, a World concentra esforços nos EUA, onde a eleição de Donald Trump, visto como mais favorável a criptomoedas, pode facilitar a regulamentação.

Apesar do crescimento, a World ainda não tem uma fonte clara de receita. A empresa planeja cobrar taxas de plataformas que usarem seu sistema de verificação, similar a serviços de autenticação por SMS.

“No futuro, o protocolo permitirá que outras entidades (como empresas ou órgãos públicos) emitam credenciais adicionais — como um relatório de crédito ou diploma universitário — que poderão ser vinculadas ao World ID”, informou a empresa em comunicado.

O World App, aplicativo do projeto, funciona como um “superapp”, integrando finanças, redes sociais e jogos. A nova versão (4.0) inclui Apple Pay, Visa e serviços de finanças descentralizadas (DeFi).

Apesar da suspensão no Brasil, a América Latina segue como região estratégica. Países como Brasil e México têm 70% da população usando redes sociais, bem acima da média global.

“Na América Latina, vejo interesse no setor de ingressos, por exemplo, para evitar abusos e fraudes em eventos esportivos e shows”, destacou Martin Mazza, responsável pela operação latino-americana. “Outro setor relevante é o da gig economy. Muita gente usa Uber, iFood e outros apps, que poderiam ter uma camada de verificação que melhora a confiança desses serviços”.

Enquanto aguarda ajustes regulatórios, a World avança nos EUA, com planos de instalar 7.500 Orbs até o fim do ano em cidades como Atlanta, Los Angeles e Miami.

(Com informação de O Globo)
(Foto: Reprodução/Freepik)

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