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Empresas faturam quase o dobro com vendas on-line desde a pandemia, aponta FGV

Vendas on-line – A fatia de vendas on-line no total vendido por empresas do varejo quase dobrou desde a pandemia. De acordo com a Sondagem do Comércio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), empresas de variados segmentos do varejo, como GPA, Azzas, Granado e Renner, registram alta contínua nas vendas on-line e apostam em soluções tecnológicas para ampliar a renda vinda do e-commerce.

O estudo da FGV mostra uma drástica mudança no perfil do comércio pela internet nos últimos anos. Até a pandemia, companhias sem nenhuma venda on-line eram, em média, 49,7% do total de empresas consultadas pela sondagem. Em fevereiro de 2025, essa parcela caiu para 27,2%, a mais baixa desde julho de 2022 (22,6%).

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Ao olhar para o faturamento, o percentual de vendas on-line de empresas do varejo saiu da média de 9,2% do total, antes da pandemia, para 17,8% em fevereiro de 2025. O economista da FGV responsável pelo levantamento, Rodolpho Tobler, ressalta que as vendas pela internet no total faturado pelo setor continuam, em média, acima de 10% desde outubro de 2021 (10,8%). A amostra do estudo incluiu 750 empresas de diferentes segmentos do varejo.

Varejistas confirmam que a parcela de dois dígitos do e-commerce no total faturado é uma realidade, fazendo com que as vendas on-line sejam um caminho sem volta. “As empresas não só se atualizaram como o consumidor também, que agora compra mais pela internet”, diz Tobler.

O economista analisa que, antes da pandemia, tanto empresas quanto consumidores já estavam se habituando a vender e comprar pela internet. Mas a chegada da Covid-19 acelerou esse processo, que deve continuar, segundo ele, nos próximos anos. “Essa parte digital do varejo vai se manter forte”, disse.

O diretor de e-commerce do Grupo Pão de Açúcar (GPA), Victor Maglio, concorda com Tobler. O GPA teve vendas totais de R$ 5,6 bilhões no quarto trimestre, com crescimento de 6,3% se comparado ao mesmo período de 2023. “A ideia é que a gente consiga crescer ainda mais [a fatia de e-commerce]”, disse. Maglio ainda ressalta que no ano passado, a empresa teve alta de 18% nas vendas digitais.

A marca de cosméticos brasileira Amend, presente em mais de 50 mil pontos de venda, mira o uso de inteligência artificial para fortalecer as vendas on-line. “Vemos o uso de soluções de inteligência artificial para criação de campanhas de marketing e e-commerce, algo que já fazemos atualmente, mas que em médio e longo prazos tende a crescer exponencialmente”, disse João Paulo Chaccur, CEO da Amend. “Nos últimos anos, o canal de digital foi tomando muita força e hoje já representa cerca de 10% do faturamento anual”, afirma.

A empresa Granado, da área de cosméticos, medicamentos e perfumaria, apresentou faturamento de R$1,63 bilhão no ano passado. “A pandemia redefiniu o e-commerce no setor de cosméticos, elevando-o de um canal complementar para um pilar estratégico essencial”, resume Sissi Freeman, diretora de marketing e vendas da companhia.

Sem citar valores, Freeman diz que, antes da pandemia, as vendas on-line da Granado representavam aproximadamente 3% do total do varejo. Hoje, essa participação chega a quase 20% e segue em crescimento.

Já no caso da empresa brasileira de moda e calçados Azzas 2154, o percentual de faturamento com e-commerce saltou de 10% antes da pandemia para 25% nos dias de hoje. “Desenvolvemos ferramentas como o ZZapp, um aplicativo que permite aos vendedores se conectarem digitalmente com os clientes, e isso passou a influenciar quase 40% das vendas no piso de loja”, disse o diretor de tecnologia do grupo, Maurício Bastos.

Outra rede de vestuário a avançar no e-commerce foi a Renner, que em 2024 apresentou alta de 14% no volume bruto de mercadorias digitais. A diretora de operações da companhia, Fabiana Taccola, ressalta a empresa busca aperfeiçoar os mecanismos de vendas on-line:

“A representatividade especificamente do site e do ‘app’ da Renner, na totalidade das vendas digitais da companhia, passou de 33% em 2019 para 65% em 2024”, diz. E acrescenta que a Renner vai aprimorar o uso de dados e inteligência artificial e a integração entre canais de vendas on-line e off-line.

Rodrigo Bandeira, vice-presidente da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), aponta que o setor de moda e vestuário tem um dos maiores potenciais de elevar a fatia de e-commerce nos próximos anos.

De acordo com ele, a previsão é que o patamar de crescimento para as vendas on-line em 2025 deve se manter acima de dois dígitos. Se espera um aumento de 15% nas vendas de e-commerce para o 2025, com a expectativa de que essa alta permaneça nos próximos anos.

(Com informações de Valor Econômico)
(Foto: Reprodução/Freepik/snowing)

Caio Simidzu

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Caio Simidzu
Tags: sindical

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