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Enel pode perder concessão em SP por falhas repetidas no serviço

Enel pode perder concessão em SP por falhas repetidas no serviço

Decisão da agência pode afetar pedido de renovação antecipada do contrato, que termina em 2028

Enel – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) avalia recomendar ao Ministério de Minas e Energia a cassação da concessão da Enel São Paulo, responsável pelo fornecimento de energia em 24 municípios da região metropolitana. A medida é considerada em razão das sucessivas falhas da empresa no atendimento à população.

Nesta terça-feira (4), o diretor da Aneel, Gentil Nogueira de Sá Júnior, pediu vista (mais tempo de análise) no processo que apura as falhas da distribuidora. O Ministério terá a palavra final caso a agência decida pela “caducidade” do contrato, que atualmente vigora até 2028.

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A Enel São Paulo já solicitou a renovação antecipada da concessão, mas o processo está condicionado à conclusão da investigação. O caso é relatado pela diretora Agnes Maria de Aragão da Costa, que votou a favor do parecer da área técnica da Aneel.

Segundo o relatório, houve redução no tempo médio de atendimento às ocorrências emergenciais desde a implementação do plano de recuperação da empresa. Também foram registradas melhorias em indicadores de desempenho, como a diminuição das interrupções de energia superiores a 24 horas e o reforço das equipes de campo para respostas rápidas.

No entanto, o parecer destaca que os resultados ainda são parciais, uma vez que as ações foram observadas em um período sem chuvas intensas, fator crítico para o desempenho do serviço. Por isso, a área técnica recomenda que a Enel permaneça sob acompanhamento regulatório até março de 2026, além dos 90 dias previstos inicialmente no plano de recuperação.

A distribuidora enfrenta investigação por falhas reincidentes no atendimento a consumidores, especialmente após tempestades e longos apagões. Entre os episódios mais graves estão:

• Outubro de 2023: bairros ficaram dias sem energia após fortes chuvas;
• Outubro de 2024: novos temporais provocaram apagões prolongados;
• Setembro de 2025: casas ficaram mais de 48 horas sem luz.

Em outubro, o diretor da Aneel, Fernando Mosna, afirmou que a Enel SP apresenta “padrão reincidente e preocupante de resposta lenta”.

O processo contra a empresa foi aberto após descumprimento de um plano de contingência firmado com a Aneel e a Arsesp, agência reguladora estadual. O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, declarou que o processo sancionador deve ser concluído antes de qualquer deliberação sobre a renovação da concessão, mesmo diante de parecer técnico preliminar favorável à empresa.

O Ministério Público Federal em São Paulo pediu a suspensão imediata da renovação, enquanto a Prefeitura de São Paulo defende que qualquer prorrogação só ocorra após revisão dos critérios de avaliação do serviço.

Desde que assumiu a antiga Eletropaulo, em 2018, a Enel SP vem sendo alvo de críticas por piora na qualidade do fornecimento. Em ação civil pública, a prefeitura aponta:

• aumento das quedas de energia em dias de chuva;
• redução de 51% na força de trabalho;
• corte de quase 50% nos custos operacionais;
• descumprimento de metas de investimentos.

A gestão municipal também critica a metodologia regulatória que desconsidera apagões causados por eventos climáticos extremos, o que, segundo a prefeitura, mascara o real desempenho da distribuidora.

(Com informações de ICL Notícias)
(Foto: Reprodução/Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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