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Governo cria grupo de trabalho para gerenciar Plano Brasileiro de Inteligência Artificial

Governo cria grupo de trabalho para gerenciar Plano Brasileiro de Inteligência Artificial

Grupo atuará por quatro anos no acompanhamento da implementação do PBIA

Inteligência artificial – O governo federal estabeleceu um grupo de trabalho (GT) dedicado à coordenação do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). A decisão foi formalizada por meio de uma resolução do Comitê Interministerial para a Transformação Digital (CITDigital), divulgada nesta segunda-feira (12) no Diário Oficial da União (DOU).

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O grupo permanecerá em atividade por quatro anos. Entre as suas responsabilidades estão:

• acompanhar a implementação do PBIA e, quando necessário, sugerir adaptações ao plano para o Comitê Executivo do CITDigital;
• estruturar suas atividades em cronogramas anuais;
• prestar esclarecimentos, a pedido do coordenador do Comitê Executivo do CITDigital, sobre seus trabalhos e o acompanhamento do PBIA;
• e elaborar, anualmente, um relatório de monitoramento da execução do plano.

O que é o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial

O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) 2024-2028 busca desenvolver soluções em IA que melhorem significativamente a qualidade de vida da população, otimizando a entrega de serviços públicos e promovendo a inclusão social.

Para alcançar esses objetivos, o plano prevê a criação de um supercomputador de alta performance, essencial para o processamento de grandes volumes de dados e o desenvolvimento de algoritmos avançados de IA.

Uma das iniciativas chave para impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento em IA no Brasil é o Instituto de Inteligência Artificial do LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica). Esse instituto, com foco em pesquisa aplicada, atuará como um catalisador para a criação de soluções inovadoras em IA.

Com um investimento previsto de R$ 23 bilhões em quatro anos, o plano tem o objetivo de transformar o país em referência mundial em inovação e eficiência no uso da inteligência artificial, especialmente no setor público.

Regulamentação da IA é reivindicação das centrais sindicais

As centrais sindicais brasileiras estão mobilizadas para acompanhar a tramitação do PL 2338/2023, que estabelece diretrizes para o desenvolvimento e uso responsável da inteligência artificial (IA) no país.

O projeto, de autoria do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi apresentado em 17 de março de 2023 e agora aguarda análise por uma comissão especial na Câmara dos Deputados, com relatoria do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Na época em que foi apresentado, as centrais lançaram uma nota conjunta de apoio ao projeto.

A proposta está alinhada com as prioridades das centrais sindicais para 2025, apresentadas na Pauta da Classe da Trabalhadora (acesse aqui), e consta na Agenda Legislativa das centrais (acesse aqui), que reúne os projetos de interesse dos trabalhadores que já tramitam no Congresso.

Para as entidades, é preciso haver regulamentações que protejam os trabalhadores dos impactos disruptivos da IA.

Por que as centrais sindicais apoiam a regulamentação da IA?

As entidades temem que a falta de regulamentação aprofunde:
• Desemprego tecnológico: substituição de funções humanas por sistemas automatizados sem critérios;
• Vieses algorítmicos: discriminação em processos seletivos, avaliações de desempenho e acesso a serviços;
• Falta de transparência: decisões tomadas por IA sem explicação clara aos afetados.

A proposta é vista como um primeiro passo para evitar cenários como o reconhecimento facial abusivo ou demissões em massa via algoritmos, temas que já geram controvérsias no mundo todo.

(Com informações de Valor Econômico)
(Foto: Reprodução/Freepik/DC Studio)

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