Meta – Você provavelmente está lendo esta matéria pelo celular e, se for como a maioria das pessoas, já deve ter desbloqueado a tela diversas vezes só hoje. De acordo com um novo relatório da Meta, essa relação intensa com os dispositivos móveis tem ficado ainda mais profunda.
A big tech revelou que o número de usuários do Facebook, Instagram e WhatsApp ultrapassou 3,4 bilhões no segundo trimestre de 2025, um aumento de 6% em relação ao ano anterior. Mas o dado que mais chamou atenção foi o tempo de tela: o tempo médio gasto assistindo a vídeos aumentou 20% em comparação com o mesmo período de 2024.
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O motivo por trás dessa escalada? Segundo o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, a Inteligência Artificial (IA) pode ser a responsável. “A IA está melhorando significativamente nossa capacidade de mostrar às pessoas conteúdo que elas acharão interessante e útil”, afirmou o executivo durante a teleconferência dos resultados trimestrais da empresa.
No Facebook, o tempo de uso cresceu 5%. No Instagram, a alta foi ainda maior: 6%. Esses dados, de acordo com a Meta, estão diretamente ligados à evolução da IA nos algoritmos de recomendação.
IA mais refinada, engajamento mais alto
Diferentemente dos vídeos com deepfakes cômicos que invadiram as redes nas últimas semanas, a IA mencionada no relatório atua nos bastidores. Trata-se do motor dos algoritmos que entregam conteúdos altamente personalizados para cada usuário.
A lógica é simples: se você assistiu a um vídeo sobre morango do amor, o sistema vai sugerir outros semelhantes, com cada vez mais precisão. O que já existia em versões anteriores ganhou potência com o aperfeiçoamento da tecnologia, que passou a compreender melhor os gostos e comportamentos individuais.
Lucros em alta, atenção em queda
Com o tempo de tela em alta, os lucros da Meta também cresceram. A receita das plataformas da empresa atingiu US$ 47,1 bilhões no segundo trimestre, o que representa uma alta de 22% em relação ao mesmo período de 2024.
Como dizem no mercado digital: se você não está pagando por um produto, o produto é você. Usuários não desembolsam nada para acessar as redes sociais, mas o tempo que passam conectados é extremamente valioso para os anunciantes e, consequentemente, para as plataformas.
Impactos na saúde mental
Apesar da euforia corporativa, especialistas têm chamado atenção para os efeitos colaterais desse modelo. Estudos recentes sugerem que o uso excessivo de telas e redes sociais pode estar ligado a problemas de saúde mental. Um artigo publicado neste ano apontou uma correlação direta entre tempo de tela elevado e crises de raiva e frustração em crianças.
Com algoritmos cada vez mais eficientes em capturar a atenção dos usuários, cresce também a responsabilidade das empresas — e dos próprios usuários — em dosar o consumo de conteúdos digitais. Afinal, se a IA nos entende tão bem, talvez seja hora de entender melhor o que ela está fazendo com a gente.
(Com informações de Olhar Digital)
(Foto: Reprodução/Marcello Casal jr/Agência Brasil)
