Isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil é aprovada no Congresso
Imposto de Renda – O Senado aprovou nesta quarta-feira (5) a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores com salários de até R$ 5.000 mensais. O resultado foi comemorado por parlamentares governistas, enquanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), classificou a decisão como vitória do “compromisso com o país”.
A medida é uma das principais bandeiras do governo Lula (PT) para o próximo pleito eleitoral e deverá ser sancionada até 31 de dezembro para já valer na declaração do ano que vem.
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A votação no Senado foi simbólica, sem registro nominal de votos. Na Câmara, o apoio havia sido unânime, com os 493 deputados presentes votando a favor em meio à mobilização da população nas redes em defesa do projeto.
Além da nova faixa de isenção, o texto institui uma redução gradual do imposto para quem recebe de R$ 5.000 a R$ 7.350 ao mês, diminuindo o benefício conforme o salário se aproxima do teto.
Atualmente, na prática, ficam isentos contribuintes com ganhos de até R$ 3.036 mensais. Isso porque, apesar de a tabela prever limite de R$ 2.428,80, há um desconto simplificado automático de R$ 607,20 aplicado pela Receita Federal.
Para compensar o impacto fiscal, o projeto estabelece um imposto efetivo mínimo de 10% sobre contribuintes de alta renda. O alvo são cerca de 141 mil pessoas que hoje recolhem, em média, apenas 2,5% — percentual inferior ao pago por categorias como policiais (9,8%) e professores (9,6%).
O novo piso será cobrado de forma progressiva de quem recebe mais de R$ 50 mil por mês (aproximadamente R$ 600 mil ao ano) quando a tributação normal não alcançar o mínimo exigido. Para quem ganha acima de R$ 1,2 milhão anuais, a alíquota efetiva deverá chegar aos 10%. Se o contribuinte já tiver pago 2,5%, a diferença será exigida até atingir esse patamar.
Segundo estimativas do relator na Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o custo da isenção seria de R$ 31,2 bilhões em 2025. A recomposição viria, segundo o governo, do novo imposto sobre alta renda e da retenção de 10% de tributos sobre lucros e dividendos enviados ao exterior.
O relator no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), chegou a questionar os cálculos após estudos indicarem possível déficit entre R$ 1 bilhão e R$ 4 bilhões ao ano. Ainda assim, apresentou parecer favorável após o Ministério da Fazenda assegurar que o impacto será neutro sobre as contas públicas.
Com os ajustes feitos pelo Congresso, cerca de 25 milhões de brasileiros terão isenção total ou parcial do IR.
“Esse projeto para nós é um dos mais importantes da gestão do presidente Lula. É a isenção de até R$ 5.000, mas, sobretudo, fazer com que o andar de cima pague tributos, porque pela primeira vez nós vamos colocar tributos para dividendos”, disse a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Ela acompanhou a votação ao lado do secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan.
Renan, por sua vez, realizou apenas correções de redação para manter o conteúdo aprovado pela Câmara — cujo relatório foi de Arthur Lira, seu principal adversário político.
Após semanas criticando o parecer, o senador reconheceu a necessidade de aprovar a matéria rapidamente para permitir a sanção presidencial ainda em 2024.
“Se tentássemos sanear os problemas, o projeto voltaria à Câmara. Equivaleria a devolver a vítima de um sequestro ao cativeiro original, cujo novo resgate seria impagável e colocaria o sequestrado em risco de morte”, ironizou.
Depois da aprovação, Renan declarou que a data marcava um momento histórico para o Senado, por representar avanço na redução das desigualdades.
Já Lira afirmou em nota que o texto foi alvo de “politicagem” e que o Congresso entrega ao país um “marco da justiça tributária”.
Alcolumbre também celebrou e disse que o texto seguirá imediatamente para sanção. Para ele, a decisão mostra que “a boa política venceu”, ao tratar problemas reais da população.
Na Comissão de Assuntos Econômicos, onde a medida também passou nesta quarta, parte da oposição acusou o governo de agir com fins eleitorais. O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) classificou a proposta como “fraude eleitoral” e alertou que, sem correção anual da tabela, a vantagem ao contribuinte pode desaparecer com o tempo.
Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) afirmou concordar com a necessidade de atualização periódica e lembrou que a regra não foi aplicada durante os governos de Jair Bolsonaro e Michel Temer. Ele disse ainda que defenderá junto ao Ministério da Fazenda um projeto que torne obrigatória a correção anual.
(Com informações Folha de S.Paulo)
(Foto: Reprodução/Freepik/rafapress)
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