IA – O Judiciário brasileiro vem apostando fortemente na tecnologia para lidar com a alta litigiosidade do país. Entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões já foram destinados a investimentos em tecnologia da informação pelos tribunais, e parte significativa desse esforço se concentra no uso de inteligência artificial (IA).
“Temos 84 milhões de processos no nosso acervo e, quando você traz a IA, é como se jogasse boia para salvar a produtividade. Isso tem salvado o setor, principalmente, para produção de minutas”, afirmou o diretor de sistemas do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA), Fábio Martins. Ele participou do painel “Governo inteligente na prática: dados e IA a serviço da eficiência e do cidadão”, realizado no SAS Innovate on Tour 2025.
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O desafio é gigantesco: são 91 tribunais de Justiça, com 18 mil magistrados encarregados de julgar os 84 milhões de processos em tramitação. Cada juiz lida, em média, com mais de 4 mil casos. “O Brasil está no top 5 entre os mais litigantes do mundo”, destacou Martins, lembrando que o número de ações cresce a uma taxa de 10% ao ano.
Para o magistrado, a inteligência artificial tornou-se uma ferramenta obrigatória. “Um processo não pode ficar mais de 120 dias sem ter movimentação dentro da sua unidade judiciária e, para cumprir todas as metas, a IA veio para ser acoplada dentro do sistema e o magistrado consegue usar IA dentro do seu sistema. A inteligência artificial passa a ser obrigatória para virarmos o jogo”, afirmou.
O uso de agentes de IA que produzem minutas, analisam jurisprudência e otimizam consultas tem ganhado espaço. “Os modelos generativos conseguem pegar uma peça processual, transformá-la em índice e, por similaridade, encontrar documentos que tenham mesmo teor. Isso está sendo amplamente usado e você acaba sentindo na ponta mais celeridade”, explicou Martins.
Ele ressaltou ainda que o setor público tem um vasto campo a explorar em soluções baseadas em IA. “Os investimentos hoje estão na casa dos R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões só em TI dos tribunais, se você somar, é algo significativo e que precisamos dar atenção.”
(Com informações de Convergência Digital)
(Foto: Reprodução/Freepik/Phonlamaistudio)
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