Notícias

Milionários pagam o mesmo IR que trabalhador que ganha 6 mil; saiba

IR – Um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplica (Ipea), liderado pelo economista Sérgio Gobetti, revela que a estrutura tributária brasileira impõe aos mais ricos uma carga de impostos semelhantes à dos trabalhadores de renda média. Com a isenção de lucros e dividendos, sócios de empresas brasileiras chegam a pagar um imposto efetivo de até 14,2%, somando os tributos incidentes sobre a pessoa física e jurídica. Este percentual máximo cai para 13,3% para quem ganha mais de R$ 1 milhão anualmente, enquanto a carga mínima, de 5,8%, incide sobre os mais ricos entre os contribuintes.

A pesquisa, intitulada “Progressividade tributária: diagnóstico para uma proposta de reforma” demonstrou que aproximadamente 15 mil pessoas que estão entre os 0,01% mais ricos com uma renda média anual de R$ 26 milhões, enfrentam uma alíquota efetiva de 13%, como um trabalhador com uma renda mensal de R$ 6 mil. O estudo enfatiza que essa situação reflete uma regressividade no sistema, onde a tributação deixa de ser progressiva no topo da pirâmide de renda, algo incomum em comparação com outras economias globais.

LEIA: Semana de 4 dias: 70% das empresas alemãs manterão modelo após teste; saiba como foi o teste no Brasil

Para os sócios de empresas optantes do Simples Nacional, que faturam até R$ 4,8 milhões ao ano, a carga tributária média efetiva é de 6,4%. No caso das empresas de Lucro Presumido, essa média sobe para 11%, enquanto nas grandes empresas do Lucro Real (com faturamento acima de R$ 78 milhões) chega a 22,4%. Em outras instituições financeiras, a carga pode atingir 30,7%. No entanto, nem todo tributo pago pela empresa é efetivamente suportado pelo acionista, pois estudos indicam que entre 30% e 70% da tributação sobre lucro pode ser repassada aos trabalhadores ou aos preços dos produtos.

Gobetti defende uma reforma no Imposto de Renda que leve em conta a capacidade contributiva das empresas e não apenas a capacidade contributiva dos sócios. O economista cita o caso dos “milionários do Simples”, que, mesmo no topo da pirâmide, pagam em média somente 7,4% de imposto, uma carga menor do que a de trabalhadores com renda mensal de R$ 4,5 mil.

O estudo destaca que a falta de progressividade na tributação da renda no topo da distribuição é resultado de distorções e privilégios persistentes, sendo a isenção de lucros e dividendos um fator importante. No Brasil, os dividendos de empresas do Simples Nacional e do Lucro Presumido representam cerca de 70% da renda de dividendos das famílias, enquanto os demais 30% vêm das grades empresas de lucro real.

(Com informações de Folha de São Paulo)
(Foto: Reprodução)

Vini

Publicado por
Vini
Tags: sindical

Veja Também

  • Notícias

Congo acusa Apple de envolvimento com minerais ilegais saqueados

Denúncia aponta que subsidiárias da Apple teriam usado minerais saqueados por grupos armados

3 dias atrás
  • Sindicatos de TI

Sindpd explica reajuste do Auxílio Refeição para 2025 em vídeo sobre a CCT; assista

Nova campanha do sindicato de TI paulista explica cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho através…

3 dias atrás
  • Legislação

Serei obrigado a trabalhar no domingo? Entenda o diz a nova portaria do Ministério do Trabalho, que entra em vigor em 1º de janeiro

Medida altera a regra atual sobre o trabalho aos domingos e feriados, que desde 2021…

3 dias atrás