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Neuralink em registros de “telepatia” e “telecinese” negados

Neuralink – A Neuralink, empresa de neurotecnologia cofundada por Elon Musk, enfrenta dificuldades para registrar as marcas “Telepathy” (Telepatia) e “Telekinesis” (Telecinese) nos Estados Unidos. O pedido foi protocolado em março, mas, em agosto, o Escritório de Patentes e Marcas (USPTO) informou que já havia solicitações anteriores para os mesmos nomes, travando o processo.

As marcas foram escolhidas para identificar os primeiros produtos comerciais da companhia, que prometem controlar dispositivos a partir da atividade cerebral. Musk já havia anunciado o nome Telepathy em janeiro de 2024, ao se referir ao chip neural voltado a pessoas com limitações motoras.

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Apesar do tom futurista, a tecnologia não busca criar “X-Men”, mas sim dar a indivíduos com paralisia a possibilidade de interagir com o mundo digital apenas pelo pensamento. O chip captura sinais neurais e os traduz em comandos, permitindo, por exemplo, mover um cursor ou digitar em uma tela sem a necessidade de teclado ou mouse.

Fundada em 2017, a Neuralink apresentou o implante cerebral em 2020. Desde 2024, a designação Telepathy tem sido usada pela empresa para a tecnologia. Segundo a revista Wired, já são 11 voluntários testando o dispositivo, incluindo dois no Canadá, os primeiros procedimentos fora dos Estados Unidos, conforme anúncio feito pelo X/Twitter.

Disputa pelas marcas

O registro garantiria exclusividade comercial à Neuralink sobre os nomes. No entanto, o cientista da computação Wesley Berry, cofundador da startup Prophetic, saiu na frente: ele pediu o registro de Telepathy em maio de 2023 e de Telekinesis em agosto de 2024, enquanto a Neuralink só entrou com sua solicitação em março de 2025.

Berry usou o mecanismo de “intenção de uso”, que assegura os direitos sobre uma marca antes do lançamento de um produto. Assim, ele tem até três anos para comprovar a aplicação prática do nome.

A situação lembra a disputa entre a Gradiente e a Apple no Brasil. A Gradiente registrou “G GRADIENTE IPHONE” em 2000, mas a Apple contestou o uso, dando início a um processo judicial que se arrasta há anos.

Enquanto os pedidos de Berry estiverem ativos, a Neuralink terá poucas opções: negociar a compra dos direitos, buscar um acordo de consentimento ou, caso o registro dele se confirme, repensar os nomes planejados para seus produtos.

(Com informações de Tecnoblog)
(Foto: Reprodução/Freepik/Armir)

Julia Stoever

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Julia Stoever
Tags: sindical

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