Revisão da cláusula 49ª foi debatida pela última vez em reunião
Representantes dos trabalhadores e da Cobra Tecnologia se reuniram, no último dia 19 de outubro, para tratar sobre as pendências referentes ao Acordo Coletivo de Trabalho 2015/2016. Realizada em Brasília, a reunião abordou temas como o pagamento da diferença do Vale Cultura, a compensação das horas de greve e a revisão da Cláusula 49ª – que dispõe sobre as normas administrativas da empresa.
A atualização da Cláusula 49ª do Acordo Coletivo de Trabalho – que dispõe sobre as normas administrativas e os procedimentos internos da companhia – foi o único tópico em pauta que terminou sem resolução. O item determina a revisão de valores com correção baseada no índice total de reajuste concedido. A disposição abrange, entre outros, a Parcela Mensal para Utilização de Veículo Próprio (PMUVP). Conforme conta Celso Lopes, a atualização dos valores tem sido constantemente negada pela empresa. Uma vez esgotadas todas as possibilidades de negociação, a discussão partirá para o âmbito jurídico. “Há pelo menos quatro anos nós estamos lutando em relação a isso. Com a negativa oficial da empresa, feita em ata, o próximo passo é que cada estado ajuíze uma ação na Justiça para garantir o cumprimento da cláusula 49ª”, defendeu o diretor do Sindpd.
Questão recorrente nas mesas de negociação desde a assinatura do ACT 2015/2016, a compensação das horas de greve obteve um desfecho satisfatório. Com o objetivo de facilitar a reparação e diminuir o impacto para os trabalhadores, estabeleceu-se a utilização dos abonos para equiparação das horas devidas. Para os funcionários que não repararam as horas de greve até o prazo estipulado, permitiu-se o parcelamento dos valores em débito, em até duas vezes, com o primeiro pagamento previsto para novembro de 2016.
Outra conquista alcançada na reunião foi o acesso às listas de compensação. Até o dia 15 de novembro será disponibilizada uma lista para verificação das horas compensadas por cada funcionário. A medida tem como objetivo corrigir discrepâncias e evitar o desconto indevido.
A reivindicação dos trabalhadores em relação ao Vale Cultura foi atendida. Como resultado, a empresa deverá realizar o pagamento do benefício referente aos meses de outubro e novembro de 2014, e dezembro de 2015 até o dia 30 de novembro de 2016.
Acordo Coletivo de Trabalho 2016/2017
Iniciada em setembro, a negociação do ACT 2016/2017 obteve avanços na última quinta-feira (20). Realizada em Goiânia, a 2º rodada contou com a participação dos diretores do Sindpd José Hamilton Brandão e Celso Lopes.
Na ocasião, a empresa propôs a implementação do PCCS (Plano de Carreiras, Cargos e Salários) em substituição ao reajuste salarial – sugerindo a adoção do PCCS como índice de correção. Segundo Celso Lopes, a manobra é prejudicial à categoria. “Apenas alguns trabalhadores teriam um significativo aumento de salário, enquanto a imensa maioria, que são os técnicos, teria no máximo 3%”, justifica.
Além disso, a adoção do Plano de Carreiras como índice é incoerente, uma vez que a medida já está autorizada e precisa ser colocada em prática de qualquer maneira, explica o diretor. Com a substituição rejeitada pela representação dos trabalhadores, a companhia propôs reajustar os salários em 4% mais abono de R$ 500,00. Considerado insuficiente, o índice mantém-se em negociação.
Na última quarta-feira (26), cento e cinquenta trabalhadores se reuniram em São Paulo para analisar a proposta da empresa. Rejeitada em assembleia, a oferta deve ser reapresentada em breve. A última rodada de negociação aconteceu nesta quinta-feira (27), em Brasília.
Acompanhe
Com o objetivo de preservar os direitos consolidados e defender os interesses dos trabalhadores da Cobra Tecnologia, a Feittinf e a Fenadados negociam conjuntamente a renovação do Acordo Coletivo 2016/2017. Voltada à proteção e à organização da categoria, a atuação conjunta garante o fortalecimento do Acordo Coletivo. A primeira rodada de negociação aconteceu no dia 30 de setembro, na sede da Fenadados, em Brasília.
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