Transações fraudulentas movimentam mais valores que compras reais no Brasil
Transações fraudulentas – As tentativas de fraude no comércio eletrônico brasileiro movimentaram, em média, 60% mais dinheiro que as transações legítimas no primeiro semestre de 2024, segundo dados da Visa Acceptance Solutions. O levantamento, feito pela divisão de soluções de pagamento da multinacional, também indica que 55% das fraudes ocorreram a partir de dispositivos móveis.
Durante um evento da empresa, Gustavo Carvalho, vice-presidente da Visa Added Services (VAS) no Brasil, detalhou os resultados. De acordo com ele, o valor médio de uma transação fraudulenta foi de R$ 1,2 mil, enquanto o de uma compra autêntica ficou em R$ 740. Além disso, 90% das contestações são registradas apenas 45 dias após a realização da operação.
LEIA: Preço da internet móvel sobe 12% e custa em média R$ 6,19 por GB
O estudo também identificou os estados com maior concentração de fraudes, liderados por São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná.
O aumento expressivo nas tentativas de golpes digitais levou o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) a firmarem uma parceria no início deste ano em busca de estratégias para conter o avanço das fraudes financeiras.
O cenário se repete mundialmente. No fim de setembro, a União Europeia cobrou Apple, Google e Microsoft por conta da proliferação de golpes financeiros no ambiente digital, especialmente em anúncios falsos. Segundo o bloco, as ações criminosas já causaram prejuízos superiores a 4 bilhões de euros.
Durante sua apresentação, Carvalho explicou os dois principais métodos atualmente utilizados pelos criminosos.
O primeiro é o “teste de cartão”, em que os fraudadores fazem compras de pequeno valor para confirmar se os dados de um cartão roubado ainda estão válidos antes de tentar um golpe maior.
O segundo é o “roubo de contas”, quando, por meio de engenharia social, o criminoso assume o controle da conta de um consumidor em uma loja online para explorar os dados de pagamento armazenados.
De acordo com Carvalho, a principal recomendação para as empresas é adotar o modelo de “zero trust”, que parte do princípio de que nenhum usuário é totalmente confiável, nem mesmo o cliente.
“O perímetro de segurança das empresas se expandiu para além dos escritórios, já que atualmente os acessos acontecem de qualquer lugar, principalmente via celular”, afirmou.
Entre as medidas de proteção, a Visa vem apostando fortemente em inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina para detectar e prevenir fraudes. A companhia diz ter investido mais de US$ 11 bilhões em tecnologia e segurança globalmente nos últimos cinco anos, o que possibilitou o bloqueio de US$ 40 bilhões em fraudes apenas em 2023.
No entanto, Carvalho alertou que os golpistas também estão recorrendo à IA para tornar suas ações mais sofisticadas. Um dos exemplos é o uso de “dados sintéticos”, que mesclam informações reais de vítimas com dados falsos gerados por algoritmos para enganar sistemas de verificação.
O executivo também destacou o aumento no uso de deep fakes — vídeos manipulados com imagens de celebridades — para divulgar produtos e serviços inexistentes. “O próximo passo são ataques por imersão personalizada, por exemplo, com pessoas que fazem parte da sua rede de contato”, disse Carvalho.
(Com informações de TecnoBlog)
(Foto: Reprodução/Freepik)
Modelo integra recursos da poupança e do FGTS, elevando o teto do valor financiável, que…
Estudo aponta que modelos de linguagem como o ChatGPT podem ser usados para inserir brechas…
Esquema teria causado prejuízo de pelo menos R$ 3 milhões às vítimas vendendo orações personalizados…