‘Vibe coding’ é eleita a palavra de 2025 pelo dicionário Collins
Vibe coding – O dicionário britânico Collins anunciou nesta quinta-feira (6) que o termo “vibe coding” foi escolhido como palavra do ano de 2025. A expressão, que ganhou força nas redes sociais e logo se espalhou pela indústria tecnológica, define uma forma de programar com apoio de inteligência artificial (IA), em que o desenvolvedor segue a “vibe” do processo e permite que a máquina assuma grande parte da escrita do código.
Criado por Andrej Karpathy – ex-diretor de IA da Tesla e um dos fundadores da OpenAI – o conceito resume uma experiência de desenvolvimento na qual a pessoa descreve o que deseja criar, sem se preocupar em detalhar estruturas ou sintaxe. Para especialistas, essa abordagem simboliza uma era em que criatividade humana e poder computacional se confundem cada vez mais.
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O Collins identificou um salto no uso da expressão a partir de fevereiro, o que motivou sua escolha. Para os lexicógrafos responsáveis, o termo reflete uma mudança significativa na maneira como linguagem e tecnologia passam a caminhar juntas, especialmente num contexto em que a IA redefine o ato de programar.
Karpathy cunhou “vibe coding” para descrever como ferramentas inteligentes permitem que alguém virtualmente “esqueça que o código existe” ao construir aplicativos ou sites apenas por meio de comandos em linguagem natural.
Segundo o dicionário, o fenômeno se insere em uma transformação maior no vocabulário digital, que vem sendo impulsionada pelo avanço da automação e da criatividade mediada por software.
Além de “vibe coding”, a seleção do Collins para 2025 inclui termos como “biohacking” (intervenções no corpo para melhor desempenho), “broligarchy” (como alguns se referem a um grupo de bilionários do setor tecnológico) e “Henry”, sigla para “high earner, not rich yet”, usada para definir trabalhadores com altos salários que ainda não acumularam riqueza.
O destaque para neologismos ligados à tecnologia evidencia o papel central do digital na cultura atual.
O diretor-geral do dicionário, Alex Beecroft, afirmou que a escolha sintetiza o momento em que “a criatividade humana e a inteligência das máquinas se fundem”. Em sua visão, a programação vive “uma grande virada”, tornando-se mais intuitiva e acessível. Para ele, o termo representa uma etapa em que a interação entre pessoas e computadores se torna mais rápida, natural e criativa.
A expressão se popularizou quando Karpathy compartilhou seu novo passatempo no X, em fevereiro. Ele contou que a experiência não parecia uma programação tradicional, mas sim “ver coisas, dizer coisas, rodar coisas e copiar coisas – e tudo simplesmente funciona”. A descrição viralizou e despertou curiosidade sobre o que define programar na era da IA.
Em termos práticos, “vibe coding” significa delegar à IA a maior parte da execução do software. O usuário conversa com a ferramenta e acompanha os resultados, ajustando conforme necessário. A MIT Technology Review destaca que o modelo ganhou força com assistentes como GitHub Copilot, Cursor Chat e Gemini Code Assist, capazes de gerar blocos de código inteiros a partir de poucas instruções.
Especialistas ouvidos pela revista apontam que esse estilo envolve confiar amplamente na IA. O engenheiro de software Sergey Tselovalnikov, da Canva, explica: “É interagir com o código por meio de prompts – o engenheiro apenas conversa com a ferramenta e examina o resultado.” Já Tobin South, pesquisador do MIT Media Lab, avalia que a prática beneficia tanto veteranos – que conseguem corrigir falhas – quanto iniciantes sem formação técnica.
Ainda assim, há limitações. Como esses geradores se baseiam em modelos de linguagem, o resultado pode trazer vulnerabilidades, erros ou inconsistências. Por isso, o “vibe coding” é mais indicado para projetos menores e exploratórios, como sites pessoais ou jogos simples. Mesmo assim, aponta para um futuro em que criar software será cada vez mais acessível, com a imaginação guiando o desenvolvimento e as barreiras técnicas ficando para trás.
(Com informações de Olhar Digital)
(Foto: Reprodução/Freepik/pressfoto)
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