Chatbot – Ferramentas de inteligência artificial (IA) como o ChatGPT estão sendo cada vez mais utilizadas como meios de acesso à informação, sobretudo entre o público jovem. É o que aponta um relatório anual sobre o cenário da mídia, divulgado nesta terça-feira (17). O levantamento, conduzido pela empresa YouGov, teve como base entrevistas online com 97 mil participantes de 48 países — incluindo Brasil, Argentina e Colômbia.
“Os chatbots com IA estão sendo utilizados pela primeira vez como fonte de informação”, resume Mitali Mukherjee, diretora do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo, na apresentação do “Digital News Report 2025”.
FONTE: Como um ponto final pode alterar as respostas do ChatGPT
De acordo com os dados, os entrevistados veem nos chatbots um recurso útil para adequar conteúdos informativos às suas necessidades pessoais. Entre os principais usos citados estão a capacidade de resumir textos (27%), traduzir conteúdos para outros idiomas (24%), sugerir matérias ou notícias (21%) e responder a perguntas sobre temas atuais (18%).
Apesar da adesão crescente, a confiança ainda é limitada. Em diversos países, os participantes da pesquisa expressam reservas quanto ao papel da IA na produção jornalística, preferindo que a atuação humana continue predominando. As principais preocupações dizem respeito à falta de clareza e à menor confiabilidade de notícias geradas por IA.
As tecnologias de IA funcionam com base em grandes volumes de dados extraídos da internet, o que inclui conteúdos jornalísticos, e podem gerar textos e imagens a partir de simples comandos escritos em linguagem natural.
Na busca por modelos de monetização, parte dos veículos optou por firmar parcerias com empresas desenvolvedoras dessas tecnologias. Outros, no entanto, recorreram à Justiça alegando infrações de direitos autorais. Esse cenário se soma à crescente desconfiança do público em relação à imprensa tradicional, como já apontado em pesquisas anteriores.
“Essa mudança permitiu a políticos como Donald Trump nos Estados Unidos e Javier Milei na Argentina driblar os meios de comunicação tradicionais”, adverte o texto.
Publicado anualmente pelo Instituto Reuters, ligado à Universidade de Oxford, o relatório se consolidou como uma das principais referências para entender as mudanças no consumo e na produção de notícias ao redor do mundo.
(Com informações de O Globo)
(Fonte: Reprodução/Freepik/EyeEm)