Empresas terão CNPJ com letras e números a partir de 2026
CNPJ – A partir de julho de 2026, novas inscrições no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) passarão a ter formato alfanumérico, combinando letras e números. O tradicional “mil de ré” ou “mil ao contrário”, usado hoje para identificar empresas matriz, não sofrerá alterações para os cadastros já existentes. A definição sobre o formato das novas inscrições ainda está em debate, informou a Receita Federal na sexta-feira (7).
Assim como ocorreu com a mudança nas placas de veículos, que também passaram a incluir letras e números, o novo modelo de CNPJ busca ampliar a capacidade de registros no sistema.
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Atualmente, o formato numérico permite a emissão de cerca de 100 milhões de CNPJs, segundo a Receita Federal. O Brasil já possui aproximadamente 60 milhões de empresas cadastradas, e a expectativa é de um aumento expressivo com a implementação da reforma tributária.
Com o novo sistema de tributos sobre o consumo, o CNPJ será o número único de identificação da empresa, válido não apenas perante a Receita Federal, mas também nas administrações estaduais e municipais.
Além disso, alguns negócios operam apenas com inscrição estadual ou municipal, sem registro federal, e precisarão obter um CNPJ nacional. A mesma exigência valerá para cerca de 14 milhões de pessoas físicas que hoje utilizam o Cadastro de Atividade Econômica da Pessoa Física (CAEPF) — profissionais que contratam trabalhadores, com exceção dos empregados domésticos. Ainda não há data definida para essa migração.
A Receita também prevê que, com a simplificação trazida pela reforma, mais empresas se formalizem, embora não exista uma estimativa oficial desse aumento.
Há esgotamento também nos CNPJs para filiais. O modelo atual permite até 9.999 filiais por empresa, limite já atingido por grandes organizações, como bancos e igrejas.
“Diante do crescimento econômico, do iminente esgotamento de inscrições no CNPJ e da necessidade oriunda da reforma tributária do consumo, será necessária essa modernização do CNPJ passando de caracteres numéricos para alfanumérico”, afirmou ao Valor o subsecretário de Arrecadação, Cadastros e Atendimento da Receita Federal, Gustavo Andrade Manrique. “A solução prevista foi a de menor impacto para a sociedade.”
Para evitar transtornos, a Receita definiu que os CNPJs já existentes não serão modificados nem precisarão de recadastramento. Assim, empresas que usam o número como chave Pix não terão que alterar nada.
A abertura de novos CNPJs seguirá gratuita, conforme explicou o coordenador-geral de Cadastros e Benefícios Fiscais, Rériton Weldert Gomes.
Ele acrescentou que o CNPJ manterá 14 caracteres, o que “facilita que você não tenha que alterar layouts de documentos”, disse. “Se eu tivesse que alterar o layout da máscara, geraria um retrabalho imenso.”
O encerramento do uso do “mil de ré” para novas inscrições ainda está em análise pela Receita Federal, em diálogo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
Segundo Gomes, a ideia é “ver se realmente a gente mantém esse número pelo menos por um tempo até que haja uma adequação ou se considera realmente como alfanumérico.”
Gomes também alertou sobre possíveis fake news relacionadas à mudança e reforçou que o órgão não fará contato direto com contribuintes. “Qualquer notícia ou informação que seja a Receita solicitando algo para ele, isso é inverídico”, afirmou.
Empresas, no entanto, deverão atualizar seus sistemas internos para reconhecer os novos CNPJs que contenham letras.
Para que as empresas possam testar a compatibilidade de seus sistemas, a Receita criou uma calculadora que simula a emissão de um CNPJ. O recurso está disponível neste link.
Link calculadora: https://servicos.receitafederal.gov.br/servico/cnpj-alfa/simular
Mais informações sobre o CNPJ alfanumérico podem ser consultadas aqui.
Link consulta: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/programas-e-atividades/cnpj-alfanumerico
(Com informações de Valor Econômico)
(Foto: Reprodução/Agência Brasil/Marcello Casal Jr.)
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