Legislação

Após multas e investigação contra CEO, empresa passa a contratar entregadores na Espanha

Multas e investigação contra CEO – A Glovo, empresa de serviços de entregas, anunciou nesta segunda-feira (02) que passará a contratar seus entregadores como assalariados na Espanha, após embates com o governo espanhol e multas milionárias por descumprimento da legislação trabalhista. A medida ocorre em meio à pressão crescente sobre a empresa e seu CEO, Oscar Pierre, que será interrogado por suspeitas de violações às leis trabalhistas.

A empresa justificou a decisão como uma forma de “evitar mais incertezas legais”, marcando uma mudança significativa em seu modelo operacional, antes baseado na atuação de trabalhadores independentes. Essa transição, porém, será restrita ao mercado espanhol e terá um impacto financeiro estimado em 100 milhões de euros (aproximadamente R$ 635 milhões) até 2025.

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A mudança ocorre em um cenário de forte reação do mercado. As ações da Delivery Hero registraram uma queda de 11% na Bolsa de Frankfurt, refletindo o temor dos investidores de que a medida comprometa os resultados financeiros do grupo.

A decisão é vista como uma vitória para Lei Rider, aprovada em 2021 pelo governo da Espanha. Essa legislação obrigada empresas como Glovo, Uber Eats e Deliveroo a reconhecer entregadores como empregados, garantindo a eles direitos trabalhistas básicos. Apesar da resistência inicialmente, a Glovo agora segue os passos de concorrentes, como Just Eat, que adotou o modelo de contratação direta.

Essa resistência inicial da empresa resultou em duas multas, totalizando 205 milhões de euros (R$ 1,31 bilhão), além de uma nova ação judicial por concorrência desleal movida pela Just Eat, que pede uma indenização de 295 milhões de euros (R$ 1,88 bilhão).

Embora a mudança esteja limitada à Espanha, a decisão da Globo reflete um movimento mais amplo de regulamentação das plataformas digitais. Em outubro, a União Europeia (UE) aprovou uma diretiva que pode obrigar a reclassificação de trabalhadores autônomos como empregados, mas a aplicação depende e regulamentações nacionais, que ainda estão sendo desenvolvidas.

(Com informações de Folha de São Paulo)
(Foto: Reprodução)

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