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Projeto sobre fim da escala 6×1 deve passar por ajustes antes de voltar ao Congresso

Texto original propõe jornada de trabalho de 4x3 após período de transição, mas governo argumento que 5x2 reduziria resistência no Congresso

Escala 6×1 – A deputada Erika Hilton (Psol-SP) esteve reunida nesta quarta-feira (29) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar do projeto que propõe o fim da escala 6×1. O encontro teve como objetivo alinhar ajustes no texto antes de sua devolução ao Congresso, de modo a reduzir brechas e garantir uma tramitação mais estável, evitando mudanças significativas vindas da oposição.

Em entrevista, a deputada afirmou que a reunião serviu para “trocar informações e aparar arestas” em torno da proposta, com a intenção de apresentar uma versão mais sólida e consensual.

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Segundo apuração do Brasil de Fato, após resistências iniciais, o governo federal passou a considerar discutir a mudança por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Entre os pontos em debate com a parlamentar está o formato da jornada semanal.

Pelo texto original, a proposta é chegar a quatro dias de trabalho e três de descanso após um longo período de transição. O governo, no entanto, defende o modelo 5×2 — cinco dias de atividade e dois de folga —, acreditando que isso amenizaria resistências no Congresso. Outro item da proposta prevê reduzir a carga semanal de 44 para 36 horas, sem cortes salariais.

Escala 6×1 na pauta popular

O fim da escala 6×1 se tornou bandeira popular e ganhou as ruas em manifestações de 1º de maio deste ano. Na ocasião, o governo optou por não avançar com a proposta, e o então ministro do Trabalho, Luiz Marinho, declarou que o cenário político não era favorável à aprovação. Agora, o próprio ministro defende a retomada do debate com apoio das ruas.

“A escala 6×1 é a jornada mais cruel que existe, especialmente para as mulheres. Então, é momento de renovar. Tem países que já passaram por esse processo e já eliminaram a seis por um. O governo brasileiro torce para um final feliz em relação a isso. A jornada máxima do Brasil hoje é de 44 horas semanais. O Brasil está preparado para ir para 40 horas semanais e adequar essa jornada tão cruel. É importante que os movimentos observem corretamente a necessidade da manutenção da mobilização”, afirmou.

Outros projetos em tramitação

Além da proposta de Erika Hilton, outros três projetos tramitam no Congresso Nacional com o objetivo de reduzir a jornada semanal.

O PL 1.105/2023, de autoria do senador Weverton Rocha (PDT-MA), prevê a redução da jornada sem diminuição salarial, mediante acordos ou convenções coletivas.

A PEC 148/2015, apresentada pelo senador Paulo Paim (PT-RS), propõe reduzir imediatamente a jornada para 40 horas semanais, com diminuição gradual até 36 horas ao longo dos anos, mantendo os salários.

Já a PEC 221/2019, do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), propõe uma redução escalonada de 44 para 36 horas em prazo de dez anos.

(Com informações de ICL Notícias)
(Foto: Reprodução/Marcelo Casal Jr./Agência Brasil)

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